Com e para além da violência: mulheres indígenas, conhecimento e luta desde o Rio Negro
tags: violência, organização, conhecimento, terra/Terra/território, gênero, mulheres, mulheres indígenas, saúde materna, violência obstétrica
Esta parcela está assentada no processo de pesquisa envolvendo a região do Rio Negro e a cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM, fronteira Brasil-Venezuela-Colômbia) que vem sendo realizada desde 2010, e que está centrado na compreensão de formas em que mulheres indígenas lidam com ostensivos e persistentes processos coloniais de produção de sofrimento sobre seus corpos. Esta parcela existe através da parceria fundamental com o Departamento de Mulheres da Federação de Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN), bem como com o Instituto Socioambiental (ISA), o Observatório de Violência de Gênero no Amazonas (UFAM), e algumas associações de mulheres indígenas da região. Entre 2020 e 2021 o processo de alianças que sustenta esta parcela passou a compor a pesquisa Antropologia e respostas indígenas à COVID-19 no Brasil em 2021, a partir da qual evidenciamos relações entre “violência” e Covid-19, tanto na produção de sofrimento, como de cuidado.
Temos prestado atenção a violências sexuais, especialmente quando jovens, mas também a diversas formas de violência que tem como vítima mulher, às formas institucionais de registro e às violências associadas ao campo da saúde, especialmente, à saúde materna, sexual e reprodutiva. Conversar sobre violência, sobre formas de produção de sofrimento, sobre as formas em que conhecemos, contamos, escrevemos a violências, são questões importantes para esta parcela. Questões de saúde e cuidado cruzam-se com compreensões políticas sobre o conhecimento, e, novamente, conhecimento, violência, luta e cuidado se cruzam, também interseccionalmente.
Assim, a pesquisa aqui proposta busca avançar na produção de conhecimento sobre as formas através das quais mulheres indígenas amazônicas e suas redes, especialmente em contextos urbanos, mobilizam relações cosmopolíticas e conhecimentos para o “cuidado”, a luta, a defesa do território, o enfrentamento da violência e dos processos de adoecimento e sofrimento.
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Alianças
Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN/FOIRN) + Instituto Socioambiental + Observatório de Violência de Gênero no Amazonas (UFAM); Associação de Moradores da Vila Tuyuka (SGC); Projeto “O Gênero da Dívida na Amazônia” (Flavia Melo, UFAM); Projeto “Juventude, sexualidade e reprodução :um estudo sobre sobre mudanças e permanências nas trajetórias sexuais e reprodutivas de jovens brasileiros no cenário de relações sociais mediadas pelas redes sociais” (Cristiane Cabral, USP); Grupo AnCA (Antropologias, corpos, alteridades) – Unifesp.
Conexões diretas
Materiais diretos e indiretos
Elizângela da Silva Costa. Mulheres do rio Negro e seus Cestos de Conhecimento durante a pandemia de COVID-19. Plataforma de Antropologia e Respostas Indígenas à COVID-19, vol. 1, n. 5, 2021. Disponível em: www.pari-c.org http://www.pari-c.org/artigo/33
Dulce Meire de Morais. De documentos, cactos e vírus: violência sexual, mulheres indígenas e Estado em São Gabriel da Cachoeira. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022. [item no Acervo de Materiais]
José Miguel Nieto Olivar. Caçando os devoradores: Agência, “meninas indígenas” e enquadramento neocolonial. Revista de Antropologia, [S. l.], v. 62, n. 1, p. 07-34, 2019. [item no Acervo de Materiais]
Equipe atual
Elizângela Costa (doutorado, bolsista FAPESP, Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro- AMIARN); Flavia Melo (docente, PPGAS UFAM); Natália Farias (doutorado, bolsista FAPESP), Danielle Ichikura (mestrado, FSP/USP), Valéria Macedo (docente, UNIFESP).
Apoios e conexão
Bruno Marques (MPEG, pesquisador); Dulce Morais (ISA), Julia Camanho (doutorado, bolsista FAPESP, FSP/USP), Francineia Fontes (doutorado, MN/UFRJ).
[Atualizado em 28.08.2024]
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