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O chão é o movimento da rede: prostituição, política e invenção de novos mundos desde o Brasil – visto do “Norte”

tags: estigma, violência, resistência, sexo, sexualidade, gênero, movimento, mercados do sexo, prostituição, dinheiro, política, trabalho

A partir de mais de 15 anos de pesquisa sobre prostituição e de participação em coletivos políticos de trabalhadoras sexuais, esta parcela busca enfrentar o enorme desafio de compreender a multiplicidade estratégica, epistemológica e cosmopolítica das formas como as prostitutas brasileiras têm enfrentado formas crônicas de violência, epidemias, apagamento e de relação tensa e co-produtiva com o campo da saúde pública no país. As prostitutas brasileiras, principalmente mulheres cis, criaram um dos maiores e mais interessantes movimentos sociais do Brasil e um dos maiores movimentos de prostitutas do mundo. Hoje esse movimento está organizado em três grandes redes com cobertura nacional (Rede Brasileira de Prostitutas, Articulação Nacional de Trabalhadoras Sexuais e Central Única de Trabalhadoras Sexuais).

Em função dos recortes da pesquisa será priorizada, como ponto de vista, a região norte do Brasil: cidades como Manaus (AM), Belém (PA), Macapá (AP) e São Luis (MA), nas quais estas redes têm forte presença. Se no Brasil a produção de conhecimento sobre prostituição e suas políticas é abundante e com importante parceria entre pesquisadoras e movimentos sociais, sobre o Norte esta produção é muito menor.

Nesse movimento uma personagem, um devir, um conceito emerge com soberania e absoluta beleza: a PUTA. Com a Puta à frente as prostitutas têm avançado na construção de outros corpos e outros mundos. Arte, promiscuidade, saúde, luta contra a violência, economias sexuais, gozo, trabalho, dinheiro, desconfiança e direitos tem sido costurados de diversas formas, por mais de 30 anos, para tecer uma rede para futuros (im)possíveis.

A história e a lógica das alianças desta parcela implicam um desafio: uma composição dual. Por um lado, o chão desta parcela não é um território, mas uma rede e seu movimento: o movimento brasileiro de trabalhadoras sexuais/prostitutas. Nele, a Rede Brasileira de Prostitutas e o Coletivo Puta Davida nos servem de base, mas não só. Y, por outro lado, há um desejo e uma expectativa: de territorializar “no Norte” (?), porque fora Belém/GEMPAC, é pouco o que sabemos da prostituição e das formas de organização e cuidados por lá: Manaus, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, garimpos, deslocamentos, mobilidades transfronteiriças… e as ameaças, violências e fins-de-mundos associados.

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Alianças

Laboratório de Pesquisa sobre Sexualidade, Política e Imagem/UFRJ (Laura Murray); Rede Brasileira de Prostitutas, Coletivo Puta Davida, Projeto “O Gênero da Dívida na Amazônia” (Flavia, UFAM)…. Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Saúde da População LGBT+ – NUDHES/Santa Casa.

Conexões

Projeto Eu Quero é + (CPaS-1 & NUDHES); Projeto Coletivo Puta da Vida, UFRJ, Essex University; Projeto de doutorado “Histórias de vida de prostitutas veteranas: afeto, trabalho e engajamento militante no Norte e Nordeste do Brasil Contemporâneo” (Amanda Calabria – PPGH-UFF).

Materiais diretos e indiretos: 

Transa de Saberes com o Movimento Brasileiro das Prostitutas, Faculdade de Saúde Pública/USP, 26/06/2022. [link no youtube]

Com: Lourdes Barreto (Belém), Jesus Costa (São Luiz), Edna Maciel (Macapá) e Denise Viana (Manaus), militantes vindas no Norte, trabalhadoras sexuais, e trabalhadoras da saúde e dos direitos humanos.

Boletim Comunitário Eu quero é Mais!

Equipe atual

Responsável: Laura Murray (UFRJ, docente); Amanda Calabria (doutoranda UFF); Gizelle Oliveira (mestranda, FSP/USP), Rafaela Nero (IC, , FSP/USP), Ana Paula da Silva (UFF, docente), Ana Carolina B. Azevedo (doutoranda, antropologia/USP), Michel de Oliveira Furquim dos Santos (doutorando, bolsa CAPES, FSP/USP), Julio Ferreira (mestrando, antropologia/USP).


Apoios e em conexão:

Natânia Lopes (UERJ).

[Atualizado em 09.09.2024]

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