• Parcela 5 – Mulheres vivendo, tecendo, cortando as malhas do encarceramento

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Mulheres vivendo, tecendo, cortando as malhas do encarceramento

tags: alimentação, tortura, maternidade, resistência, desencarceramento, gênero, saúde reprodutiva, raça/racismo, movimento

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Essa parcela nasce do diálogo com o projeto “Encarceramento no Amazonas: transformações políticas e sociais pós-massacres” (UFAM/Candotti), que forma o chão base deste eixo de investigação das cosmopolíticas de cuidado em cenários de ameaça (d)e fim-de-mundo, atravessado por questões de saúde, massacres e o ambiente intra e extra carcerário. O diálogo com o projeto do prof. Fábio Candotti localiza grande parte dos trabalhos em Manaus e, na medida das possibilidades, também em Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira.

Em São Paulo o projeto dialoga com o movimento da Amparar: associação de familiares e amigos(as) de presos (as) e internos(as) da Fundação Casa, em uma relação que se desdobra também no eixo UNICAMP-USP, em trabalhos que amplificam as compreensões dos interlaçamentos de gênero, maternidade e prisões.A rede de interlocução mais-que-acadêmica básica é formada por coletivos de familiares de sobreviventes do sistema prisional, movimentos que lutam pela justiça em Manaus / no Amazonas e em São Paulo. São principalmente mulheres de famílias empobrecidas, de periferia e do interior, pretas, pardas, que se organizam para enfrentar a violência de Estado. A rede acadêmica é formada pela UFAM o apoio e colaboração do coletivo de pesquisa ILHARGAS e seus docentes, bem como na UNICAMP uma rede que se expande com a Leticia Gil e seu trabalho junto à professora Taniele Rui.

Essa parcela, desde as primeiras intervenções do F. Candotti, aborda o sistema prisional como um sistema político-logístico, administrativo, estatal-tercerizado, de intensificação localizada do sofrimento, da tortura, do adoecimento e da morte. A partir do trabalho e a experiência da Priscila Serra, cofundadora do coletivo Entre Elas, essas questões se expandem em um olhar que observa as instrumentalizações da punição junto às questões básicas de saúde e de gênero. Uma experimentação concentrada e intensificada de ameaça, fim-do-mundo, necropolítica.Há diversas questões que vêm se tecendo pelas parcerias vivas que compõem essa parcela, tais como: questões sobre “ilegalismos”, sobre “crime”, “movimento”, “facções”, sobre política a partir dos ilegalismos e das periferias (estilo G. Feltran, etc).

Há também questões sobre gênero, sobre a configuração do “crime”, do Estado e, por outro lado, das familiares que questionam, visto que são vetores fundamentais de atravessamento. Quais os limites das  relações de cuidado estabelecidas em suas rotinas junto ao cárcere e seus “presos”? Como essas relações estabelecidas dão sustentação ao sistema carcerário? Por que falar de antipunitivismo é, aqui, falar de uma luta feminista anti cárcere? E em meio a todos esses cenários há ainda a questão da “solidão” ou desligamento familiar das mulheres presas; as vidas engolidas das esposas e companheiras dos homens presos; as diversas formas de interrupção de suas possibilidades de maternar. 

Alianças

Projeto “Encarceramento no Amazonas: transformações políticas e sociais pós-massacres”, Coletivo Entre Elas: defensora dos Direitos Humanos (antigo Coletivo FAPAM); Projeto “Desencarcera Amazonas: da capital ao interior, na luta contra a prisão provisória”, da Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas; AMPARAR em São Paulo.

Responsável: Beatriz Oliveira (IC, bolsista FAPESP, FSP/USP); Milena Novais (mestranda, bolsista CAPES, FSP/USP); Letícia Maria Gil; Fabio Candotti (PPGAS/UFAM, docente).


Apoios e conexão: Bárbara Lourenço (FSP/USP, docente).

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